La Maison vide (2025)
Há escritores que nos surpreendem pela capacidade de inventar mundos; Laurent Mauvignier surpreende, antes de mais, pela forma como nos faz entrar dentro de consciências frágeis, quebradas, e pela coragem de nos manter ali, nesse interior ferido, o tempo suficiente para que reconheçamos algo de nosso. " La Maison vide" (2025) , que li agora depois de " Histoires de la nuit" (2020) e de "Continuer" (2016) , confirma aquilo que já suspeitava: há, na obra de Mauvignier, uma arte particular de fazer literatura a partir da tensão interior, uma maneira de escavar a vida emocional que poucos conseguem com esta profundidade. O impacto veio em três etapas. Histoires de la nuit foi a primeira explosão: um romance que é, ao mesmo tempo, thriller , tragédia e estudo sobre o silêncio social. Continuer revelou outro lado, uma relação mãe-filho atravessada por ressentimento e ternura, escrita com vibração entre dois interiores que não se conseguem tocar. Mas "La...