El Eternauta (1957-2025)

Comecei a ver The Eternaut na Netflix atraído pela imagem da máscara e pelo azul saturado que parecia definir o tom da série. Havia ali algo que me puxava. Ainda assim, quando percebi que era uma produção da América Latina, quase desisti. Tinha receio que fosse mais uma série no registo de telenovela, como tantas outras. Mas as críticas internacionais eram tão positivas, que decidi continuar. No primeiro episódio, a série lançou-me num território visual que me fez pensar em Metro , o videojogo russo . O ambiente de neve tóxica, as máscaras, os corpos caídos nas ruas — havia ali uma composição quase poética. A morte não era choque, era quase uma aceitação — corpos dispostos como quadros numa galeria. Mas à medida que os episódios avançavam, especialmente a partir do terceiro, o tom começou a mudar. A sensação de uma invasão alienígena, a ameaça que se insinua entre os sobreviventes, começaram a evocar War of the Worlds e Invasion of the Body Snatchers . A série parecia abra...