Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Design

User Friendly de Cliff Kuang e Robert Fabricant

Imagem
Existem vários livros sobre a história das tecnologias de informação e comunicação, mas existem muito poucos sobre a história da Interação Humano-Computador, e menos ainda sobre a sua vertente de design. “User Friendly. How the Hidden Rules of Design Are Changing the Way We Live, Work and Play” (2019) junta-se assim a " Make It New: A History of Silicon Valley Design " (2015) de Barry Katz. Ao contrário de “Make It New”, escrito por um académico, “User Friendly” é escrito por dois designers, Cliff Kuang também jornalista, e Robert Fabricant, antigo vice-presidente da célebre Frog Design. Os dois livros complementam-se muito bem, não só por conjugarem o olhar da academia e da indústria, mas porque não se limitam a seguir as mesmas linhas ou marcadores. Cliff Kuang e Robert Fabricant iniciam a a história de User Friendly com o caso paradigmático do acidente da central nuclear de Three Mile Island em 1979, e o relatório escrito na altura por Don Norman, referenciando este moment...

Build de Tony Fadell

Imagem
Confesso uma certa desilusão com o livro "Build: An Unorthodox Guide to Making Things Worth Making" (2022) dadas as expectativas. Tony Fadell foi responsável por conceptualizar a fisicalidade do iPod e do iPhone. A interface circular foi invenção sua, e a interface touch do iPhone surgiu a partir de uma melhoria de um conceito antigo, o Pocket Crystal (1989) , em que tinha estado envolvido na General Magic. Talvez o melhor de tudo seja mesmo o seu relato sobre a General Magic, mas tudo o que ele aqui diz pode ser encontrado no muito mais interessante documentário de 2018 . De resto, Fadell entrega muito pouco ou nada, além dos conhecidos chavões de seguir a paixão, de trabalhar arduamente para conseguir emergir da multidão, esquecendo uma quantidade de outras variáveis que garantem o sucesso de uns em detrimento de outros.  Aliás, nesse sentido esperava maior transparência sobre o que foi invenção de Fadell, de Yve e Jobs . Pois, lendo este livro, no meio dos outros sobre ...

Alan Wake II (2023)

Imagem
“Alan Wake II” foi nomeado para oito categorias do Game Awards 2023, ganhou três: Best Game Direction; Best Narrative; Best Art Direction . Podia ter ganho o Game of the Year, mas esse foi para “Baldur’s Gate 3” , ainda assim a revista Time não deixou de lhe atribuir o título . Para mim, não é apenas jogo do ano, será um dos jogos desta década. Se a narrativa ganha toda a proeminência merecida num jogo em que a personagem principal é um escritor, aquilo que torna “Alan Wake II” extraordinário é a sua direção. Estamos perante um artefacto que combina, na perfeição, cinema, vídeo, animação, rádio, literatura, ilustração, entre outras formas de expressão, criando um festim multimédia como não via desde os anos 1990. Esta minha descrição pode servir para afastar alguns. Jogos de aventuras multimédia há muito que deixaram de nos encantar. “Phantasmagoria” (1995) ou “The X-Files Game" (1998) foram bons quando saíram, mas hoje estão tão datados que nem uma remasterização os conseguiria...