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Um dos Nossos (2023)

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Tinha muitas expectativas quando peguei neste livro de Willa Cather. Adorei os seus “ The Professor's House ” e “ Minha Antónia ”. O registo aproxima-se, contudo estende-se além do sustentável pela narrativa, nomeadamente por ser quebrada em dois grandes momentos, a vida no interior dos EUA, e a partida para a Primeira Grande Guerra, por parte do personagem principal. Se na primeira parte a personagem parece querer evidencar algo particular de si, o modo como se sente desligado de tudo, a fazer recordar Stoner, contudo nada acabando por efetivamente desvelar-se, na segunda parte entramos num outro território, tão distinto a ponto de o próprio personagem servir apenas de veículo à narrativa, refugiando-se numa concha daquilo que foi apresentado na primeira parte. Compreendo o Pulitzer dado em 1923, cinco anos apenas após o fim da terrível guerra. Mas é um livro incapaz de sobreviver ao tempo, a falta do contexto experiencial duro dessa era afasta-nos, torna distante a leitura, o int...

Eu Que Nunca Conheci Homens (1995)

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“I Who Have Never Known Men” (1995) de Jacqueline Harpman parece ser apenas mais uma distopia feminina, na senda de “ A História de uma Serva (1985) ” de Margaret Atwood, contudo, em termos do questionamento que nos faz, está em linha com todas as outras grandes distopias — “Nós” (1921) de Evguén Zamiátin, "Metropolis" (1927) Fritz Lang, "Admirável Mundo Novo" (1932) Aldous Huxley, "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro" (1948) George Orwell, "Fahrenheit 451" (1953) Ray Bradbury. Diria mesmo que de todas estas é a mais ampla e profunda, para o que terá contribuído o facto de Jacqueline Harpman ser psicanalista. O livro foi escrito em 1995 e lançado sem grande impacto. Harpman era belga, com uma carreira limitada ao mercado francófono. Contudo, em 2019 quando a Penguin (através da Vintage) resolveu traduzir o livro para inglês e lançá-lo por meio de uma forte campanha online viria a atingir a viralidade no TikTok. A campanha foi acompanhada por açõ...