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La madre de Frankenstein (2020)

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Vim para La madre de Frankenstein atraído pela promessa de um romance histórico sólido, centrado na figura de Aurora Rodríguez Carballeira, uma mulher real cuja vida e crime têm peso trágico. Conhecia o seu caso e via nele potencial para um mergulho na psiquiatria do século XX, no contexto do franquismo, e numa reflexão séria sobre a loucura feminina e as estruturas de poder que a oprimiram. Esperava densidade histórica, complexidade psicológica e coragem narrativa.

The Alignment Problem (2020)

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Brian Christian, conhecido por explorar as fronteiras entre tecnologia e humanidade, oferece com T he Alignment Problem: Machine Learning and Human Values  uma das reflexões mais lúcidas e acessíveis sobre os dilemas éticos e técnicos da inteligência artificial contemporânea. Lançado em 2020, o livro permanece altamente relevante, mesmo num cenário transformado pelos avanços pós-GPT-3. Ao invés de envelhecer, a obra adquire um valor quase arqueológico, revelando as fundações conceptuais que sustentam a discussão atual sobre IA, valores humanos e responsabilidade. A leitura é uma jornada contínua de aprendizagem. Embora alguns exemplos e enquadramentos já soem datados — próprios de uma IA ainda mais rudimentar — a articulação entre filosofia, ciência computacional e psicologia é feita com notável equilíbrio. Mesmo os capítulos mais introdutórios, centrados na psicologia humana, revelam-se necessários para ancorar as questões técnicas em experiências humanas reais. Afinal, falar de a...

O Ministério da Perda de Tempo

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“O Ministério do Tempo” (2024) de Kaliane Bradley foi promovido com toda a pompa em termos de marketing, conseguindo acumular mais de um milhar de críticas no Goodreads antes mesmo do seu lançamento. Muitas delas descreviam-no como algo totalmente original. Interessei-me pelo lado da ficção científica, mas o livro revelou-se não só fraco na estrutura narrativa e na escrita, como também desprovido de originalidade. O marketing foi tão bem feito que o título chegou a figurar entre os nomeados para diversos prémios: Audie Award Nominee for Fiction (2025), Women's Prize for Fiction Nominee for Longlist (2025), Goodreads Choice Award for Science Fiction e Nominee for Debut Novel (2024) . O livro saiu em maio de 2024 e, ao longo do ano, as avaliações mantiveram-se consistentemente acima de 4 estrelas. No entanto, ao revisitá-lo agora, vejo que a sua média desceu para 3.6 – muito mais próximo das 2 estrelas que tenho para lhe atribuir. Começando pela história. A premissa de transportar p...

Jogar com a Realidade (2024)

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O livro " Playing with Reality: How Games Have Shaped Our World " (2024) da neurocientista Kelly Clancy, é uma obra fascinante que explora a intrincada relação entre os jogos e a construção de realidade. Num tom académico, mas muito acessível, Clancy conduz o leitor por uma viagem histórica, filosófica e científica, demonstrando como os jogos, desde os mais simples aos mais complexos, têm influenciado e moldado as sociedades, as culturas e até mesmo a forma como percebemos o mundo, deixando alguns avisos claros sobre a excessiva crença nos mesmos. A autora estrutura o livro em torno de uma tese central: os jogos não são meras distrações ou passatempos, mas sim ferramentas poderosas que têm desempenhado um papel crucial na evolução humana. Clancy argumenta que os jogos são uma forma de simulação da realidade, algo que tenho vindo a considerar na última década, permitindo-nos experimentar, aprender e prever resultados em contextos controlados. Esta capacidade de "jogar...

Dar significado

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“Mártir!” (2024) é um romance existencialista sobre um jovem escritor iraniano-americano apaixonado pela ideia de mártires, não as aberrações islâmicas, mas os mártires pacifistas do tipo Joana D’Arc, Bobby Sands ou o homem do tanque da Praça de Tiananmen. Cyrus perdeu a mãe numa catástrofe aérea, em 1988, que alguns ainda recordarão, o abate de um avião civil iraniano por um míssil americano lançado de um porta-aviações no Golfo, e que resultou em 290 mortes. A morte da sua mãe deveria significar algo mais para o mundo, acredita Cyrus, sendo esse o tema de fundo, o ato de significar. Kaveh Akbar nasceu no Irão em 1989, e tal como o anti-herói, emigrou para os EUA com apenas dois anos. Doutorou-se em Escrita Criativa, e é hoje uma personalidade reconhecida, tendo recebido bolsas de prestígio, nos EUA pela sua poesia. “Mártir!” é o seu primeiro romance e é uma obra erudita na forma, mas acessível nas ideias. Akbar apresenta um domínio fascinante do discurso. A característica principa...

Literatura de Viagem

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"Border: A Journey to the Edge of Europe" (2017), não funcionou comigo. A búlgara Kapka Kassabova fala-nos de um lugar onde se cruza a fronteira entre a Bulgária, a Grécia e a Turquia, ao lado de um maçiço montanhoso, designado Strandja, que dá para o Mar Morto, tudo qualificado como a antiga região da Trácia. Quis muito ler, pensando que encontraria aqui mais uma pequena jóia como "Free" de Lea Ypi , contudo, acabou sendo uma enorme desilusão. Percebi só depois de ter desistido porquê. "Border" pertence a um género literário de que não sou particularmente fã, a Literatura de Viagem. Não gostando muito de viajar, o meu problema com este tipo de literatura tem que ver com o facto de se centrar no Espaço-Tempo, o mundo que nos quer apresentar, deixando de fora os Personagens, as suas vidas, que é aquilo que realmente me interessa na literatura. Kapka Kassabova, é uma poeta que tudo faz para dourar exotismo do mundo que nos apresenta, mas que apesar de o faze...

Escrever através dos outros

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Não conhecia Philippe Lançon, cheguei a este seu livro através do acontecimento que lhe deu origem, o ataque terrorista à redação do jornal Charlie Hebdo, em 7 de janeiro 2015. Lançon, crítico literário, escrevia para o Charlie Hebdo, e para o Libération, onde tinha acabado de publicar a análise de “Submission” de Michel Houellebecq que seria posto à venda nesse mesmo dia. Lançon foi um dos poucos sobreviventes do ataque, apesar de ter sido atingido na cara e maxilar, tendo passado quase um ano no hospital, onde foi submetido a quase vinte operações para recuperar alguma das funcionalidades vitais — beber, comer e falar. Lançon escreve belissimamente. A forma do discurso é perfeita. Contudo, não faltam só competências narrativas, capazes de envolver o leitor, falta também mundo, nomeadamente matéria humana. Todo o livro é escrito como um conjunto de análises literárias. Análises de objetos e não de pessoas, de experiências humanas com sentires, vivências, alegrias, dores e aflições. F...

Comer o Buda (2020)

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Com muita pena, não funcionou comigo. Vinha com imensas expectativas, queria muito lê-lo, pois tinha adorado “Nothing to Envy” (2009) , focado na Coreia do Norte. A abordagem aqui seguida é muito próxima. Demick escolhe um conjunto de personagens da cidade de Ngaba , no Tibete, e segue os fios narrativos das suas vidas. Contudo, as histórias destes personagens acabam por falhar na explanação do real alcance dos efeitos da invasão e totalitarismo imposto pela China no Tibete.     A contextualização da invasão, nos anos 1950, apresenta um bom recorte do que aconteceu, colocando a nu a colonização forçada, realizada pela China em pleno século XX. Surpreende que tenha sido possível, contudo o livro de Demick caracteriza suficientemente o povo tibetano para compreendermos o fundo da questão. Ao fim de décadas a sonhar com pacifismo, aprendi que no nosso planeta não existe lugar para tal. Se um país quer ser independente, tem de lutar por isso. Mesmo o pacifismo de Gandhi não foi...

Um dos Nossos (2023)

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Tinha muitas expectativas quando peguei neste livro de Willa Cather. Adorei os seus “ The Professor's House ” e “ Minha Antónia ”. O registo aproxima-se, contudo estende-se além do sustentável pela narrativa, nomeadamente por ser quebrada em dois grandes momentos, a vida no interior dos EUA, e a partida para a Primeira Grande Guerra, por parte do personagem principal. Se na primeira parte a personagem parece querer evidencar algo particular de si, o modo como se sente desligado de tudo, a fazer recordar Stoner, contudo nada acabando por efetivamente desvelar-se, na segunda parte entramos num outro território, tão distinto a ponto de o próprio personagem servir apenas de veículo à narrativa, refugiando-se numa concha daquilo que foi apresentado na primeira parte. Compreendo o Pulitzer dado em 1923, cinco anos apenas após o fim da terrível guerra. Mas é um livro incapaz de sobreviver ao tempo, a falta do contexto experiencial duro dessa era afasta-nos, torna distante a leitura, o int...

Eu Que Nunca Conheci Homens (1995)

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“I Who Have Never Known Men” (1995) de Jacqueline Harpman parece ser apenas mais uma distopia feminina, na senda de “ A História de uma Serva (1985) ” de Margaret Atwood, contudo, em termos do questionamento que nos faz, está em linha com todas as outras grandes distopias — “Nós” (1921) de Evguén Zamiátin, "Metropolis" (1927) Fritz Lang, "Admirável Mundo Novo" (1932) Aldous Huxley, "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro" (1948) George Orwell, "Fahrenheit 451" (1953) Ray Bradbury. Diria mesmo que de todas estas é a mais ampla e profunda, para o que terá contribuído o facto de Jacqueline Harpman ser psicanalista. O livro foi escrito em 1995 e lançado sem grande impacto. Harpman era belga, com uma carreira limitada ao mercado francófono. Contudo, em 2019 quando a Penguin (através da Vintage) resolveu traduzir o livro para inglês e lançá-lo por meio de uma forte campanha online viria a atingir a viralidade no TikTok. A campanha foi acompanhada por açõ...

Platão nos anos 2000

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"Plato at the Googleplex" (2014) é um livro difícil, com algumas partes hilariantes que ajudam a ultrapassar as mais densas, mas que em essência me fizeram compreender de que é feita a filosofia que há tantos anos leio com entusiasmo. Neste trabalho Goldstein dá conta da atualidade das ideias de Platão, ao trazê-lo para os anos 2000, colocando-o a debater questões que continuam sem resposta desde a Antiga Grécia, evidenciando que apesar da evolução do conhecimento científico, a forma da filosofia continua atual. Nesse sentido, a dialética é a base, é ela mesma a própria filosofia. Importa o processo de argumentação e contra-argumentação, e não propriamente a meta, a resposta final. As grandes discussões assentam em paradoxos ou em equilíbrios de partes contraditórias, pelo que a discussão pode ser infinita, com Goldenstein a afirmar que o progresso é “invisible because it is incorporated into our points of view. . . . We don’t see it, because we see with it.” . Ou seja, a fil...

Generalistas e Especialistas, mais uma vez

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O tema é extremamente importante, mas o livro, apesar de algumas partes boas, não passa de um conjunto de histórias coladas umas atrás das outras. É jornalismo de ciência, serve bem a quem nunca ouviu falar do assunto, mas o assunto está longe de ser novo. Isto para não dizer que os dotes de contar histórias de Epstein ficam alguns pontos abaixo de outros autores que fizeram carreira na escrita deste tipo de livros — Malcolm Gladwell, Geoffrey Colvin ou Daniel Coyle — criando várias zonas de tédio ao longo do livro, especialmente pela repetição da estrutura dos capítulos — história principal, estudos, histórias — ausente de foco e ligação ao todo. Concordo que no domínio dos desportos, música e competição a tradição nos tem trazido quase só livros focados no treino intensivo desde cedo, as 10 mil horas — “ Outliers: The Story of Success ” (2008) de Malcolm Gladwell; “ Talent Is Overrated: What Really Separates World-Class Performers from Everybody Else ” (2008) de Geoffrey Colvin, ou “...

A extinção da razão

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 “The Extinction of Experience: Being Human in a Disembodied World” (2024) era um livro que eu queria muito ler e queria muito gostar. Mas Christine Rosen não escreveu um livro sobre a Experiência Humana, antes listou um rol de queixas contra as mais recentes tecnologias de comunicação — ecrãs, smartphones, rede sociais, realidade virtual, IA, etc —, falhando na sustentação com evidências para a maior parte dessas queixas. Não basta citar um artigo aqui e um estudo ali. As evidências de impactos sociais, mais ainda no caso dos psicológicos, requerem amplos estudos, muito acima dos normais 30, 40 ou 60 individuos dos estudos isolados. Requerem replicação cuidada nas mais diversas culturas e circunstâncias e manutenção das condições e evidências ao longo do tempo. Utilizar estudos isolados para tecer causalidades sobre o estado da civilização como um todo é ingenuidade, para não dizer algo pior. Tanto aqui, como no outro, muito mais badalado, e já traduzido em Portugal, livro, “ A Ge...

Marie Curie, academia e família

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Se algum dia vos passar pela cabeça a ideia de fazer um doutoramento, leiam este livro, "Madame Curie" (1937), escrito pela filha, Éve Curie. A principal característica que alguém, desejoso de abraçar o caminho da ciência, deve possuir, é aqui apresentada no seu expoente máximo: a humildade . Sem humildade, não é possível fazer ciência. Pode-se fazer bons negócios, mas ciência, efetiva, muito dificilmente. Marie Curie aprendeu desde muito tenra idade a importância dessa humildade, mas também a importância da resiliência, do trabalho continuado e persistente para chegar ao conhecimento. A sua história de vida é um hino à Ciência. O sobrenome Curie veio do marido, Pierre Curie, com quem casou em 1895, responsável por propiciar as condições, em França, para que Marie Curie realizasse o seu doutoramento no qual viria a descobrir dois novos elementos, o Polónio e o Rádio. Mas Marie nasceu Maria Salomea Skłodowska na Polónia, em 1867. Se a sua história de 1895 até 1934 impressiona ...

Canção do Profeta (2023)

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Este livro de Paul Lynch coloca-nos face à questão determinante que uma mãe (de 4) tem de tomar quando a Irlanda é tomada pela extrema-direita, iniciando um processo de instalação totalitarista e uma guerra contra as forças rebeldes emergentes, abandonar ou não abandonar o seu país, a sua casa, o seu marido acabado de ser preso, em parte incerta, por realização de manifestação sindical. Esta é uma questão fundamental que já me coloquei múltiplas vezes, a propósito dos judeus na Alemanha a partir de 1933 , mas também em muito  outros  cenários dos últimos 100   anos , onde rebentaram guerras ideológicas que conduziram à destruição de milhões de vidas. Quando lemos os relatos desses cenários, passados anos, dezenas de anos, é tão fácil questionar — “porque não fugiram?” Por outro lado, esta nossa questão não deixa de conter uma profunda hipocrisia, pelo modo como os nossos próprios países se foram comportando, na relação para com os refugiados provenientes desses cenário...

Refugiados numa teia kafkiana

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“Eu Vou, Tu Vais, Ele Vai” (2015) de Jenny Erpenbeck trata dos refugiados na Europa provenientes do continente africano, um tema mediático, mas nem por isso menos terrível por tudo o que encerra. O livro foca-se sobre a burocracia kafkiana criada pela Europa para evitar que os migrantes criem esperanças de facilitismo no processo de entrada. Ainda assim, são apresentados alguns relatos, bastante reais e crus dos países de origem e fuga, assim como da travessia do Mediterrâneo.  A escrita é boa, ainda que tenha sentido algum emaranhar nas descrições que não sei se é fruto da tradução a partir do alemão, apesar disso, a atmosfera eleva-se e envolve-nos.   Erpenbeck destaca-se pelas imagens que cria, nomeadamente o caso de abertura do livro, do lago por detrás da casa do professor universitário reformado em que morreu uma pessoa, e que agora o impede de aí tomar banho por não se conseguir desligar da presença do corpo... A autora não se limita a mostrar o lado negro das vivê...

"O Regresso" (2016)

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"O Regresso" (2016) de Hisham Matar é um livro autobiográfico com um fundo histórico internacional, pelo que nunca seria uma perda de tempo por tudo o que aqui podemos aprender, mais ainda quando essa história é distante da nossa, ou pouca reconhecida internacionalmente como é o caso da história da criação da Líbia moderna, no século XX, com a invasão e genocídio levado a cabo por Itália que levaria depois ao poder um dos mais inumanos ditadores desse século, Khadafi. A estrutura e a escrita são atrozmente atabalhoadas durante os primeiros 2/3. Não se constrói qualquer linha narrativa, apesar de se referir a ela desde o título, tudo vai sendo construído através de pequenas historietas sobre dezenas de personagens — tios, tias, primos e conhecidos — que contribuem para criar a ideia de família, conceito que nunca sai da abstração pela total falta de ligação entre as historietas dessas pessoas. As historietas raramente descolam dos aspetos descritivos, mesmo quando o autor cede...

Uma carta postal enviada do passado

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“La Carte Postale” (2021) é um livro particularmente emocionante pelo modo como romanceia parte da História que serve de cenário a uma saga familiar que atravessa de Moscovo a Paris, passando pela Letónia, Polónia, Israel, terminando na interseção entre Alemanha e França, em plena Segunda Grande Guerra. O livro baseia-se na família da autora, Anne Berest, e inicia-se no momento em que a família recebe um postal na caixa de correio (ver a capa do livro), já em 2003, no qual vêm inscritos os nomes dos bisavós e tios de Anne — Ephraim, Emma, Noemie, Jacques —, todos desaparecidos em 1942, num campo de concentração na Polónia. O livro leva-nos atrás da investigação de Anne para descobrir quem terá enviado o dito postal e com que intenções. Pelo meio vamos descobrir a história daquelas 4 pessoas, do muito que atravessaram antes e durante a guerra, mas em essência vamos descobrir uma grande parte da História por detrás do colaboracionismo francês no tempo da ocupação francesa pelos Nazi. O t...

Velar por Ela (2023)

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“Velar por Ela”, de Jean-Baptiste Andrea, ganhou o Goncourt 2023 , o principal prémio literário francês, através de um desempate realizado pelo presidente depois de 14 rondas a terminarem 5 contra 5. “Sarah, Susanne et l'écrivain” de Eric Reinhardt, o candidato natural a este tipo de prémio, ficou pelo caminho. Dito isto, “Velar por Ela” afasta-se das convenções dos prémios literários não conotando com complexidade, profundidade nem singularidade. Contudo, a história é original, a escrita é poética e fluída, e a trama enreda-nos em velocidade e até à última página. O cenário é uma aldeia no norte de Itália atravessado por toda a primeira parte do século XX. O nó do conflito centra-se sobre a amizade improvável entre uma menina da alta, Viola, intelectualmente dotada mas retraída pela família e costumes, e um jovem anão, Mimo, sem família nem posses, mas com um dom de génio para a escultura. Um cenário que nos transporta para o “Cinema Paradiso” (1988), com peripécias dignas de “ O ...