Refugiados numa teia kafkiana
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4G288ALu57hH7b5A7EjR_3ScWRFYUHoue1goNvTielQqsN5f60fP5wyXEveZr8Ac6v5iS85DV0sZjkd1UePGKjEFuuoqHleVxHM8yqCU3MW_HlRXEmlxnhMLFutkawS1dsOvApFKAjmxaLnFQlKKX35h5vuer6KUlOR8jyiAH8JKCWw59dgRNCzVSiena/w1000/IMG_0342.jpg)
“Eu Vou, Tu Vais, Ele Vai” (2015) de Jenny Erpenbeck trata dos refugiados na Europa provenientes do continente africano, um tema mediático, mas nem por isso menos terrível por tudo o que encerra. O livro foca-se sobre a burocracia kafkiana criada pela Europa para evitar que os migrantes criem esperanças de facilitismo no processo de entrada. Ainda assim, são apresentados alguns relatos, bastante reais e crus dos países de origem e fuga, assim como da travessia do Mediterrâneo. A escrita é boa, ainda que tenha sentido algum emaranhar nas descrições que não sei se é fruto da tradução a partir do alemão, apesar disso, a atmosfera eleva-se e envolve-nos. Erpenbeck destaca-se pelas imagens que cria, nomeadamente o caso de abertura do livro, do lago por detrás da casa do professor universitário reformado em que morreu uma pessoa, e que agora o impede de aí tomar banho por não se conseguir desligar da presença do corpo... A autora não se limita a mostrar o lado negro das vivências dos refu