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Livrarias de mulheres

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Texto salvo da conta Substack, que criei em julho 2023 e apaguei em dezembro 2023, através de um post incompleto no Facebook . --- A propósito da nova livraria em Lisboa que vai vender apenas livros escritos por mulheres e ainda de alegadas estatísticas que foram apregoadas na recente conferência nacional, Book 2.0 , era bom que as pessoas olhassem à realidade em que vivem, nomeadamente atentassem a que já estamos no século XXI, porque se existe área cultural que é hoje dominada pelas mulheres é a dos livros.  Para o efeito, deixo a lista atual dos livros de ficção mais vendidos nos EUA, elaborada pelo New York Times. 1. FOURTH WING by Rebecca Yarros 2. TOM LAKE by Ann Patchett 3. HAPPINESS by Danielle Steel 4. NONE OF THIS IS TRUE by Lisa Jewell 5. THE HEAVEN & EARTH GROCERY STORE by James McBride 6. TOO LATE by Colleen Hoover 7. LESSONS IN CHEMISTRY by Bonnie Garmus 8. IT ENDS WITH US by Colleen Hoover 9. THE HOUSEMAID by Freida McFadden 10. THE COVENANT OF WATER b...

As Memórias do Livro

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Texto salvo da conta Substack que criei em julho 2023 e apaguei em dezembro 2023. --- Premissa excelente, notável investigação e até um interessante enquadramento ficcional, mas que acaba a falhar na dramatização. “As Memórias do Livro” (2008) procura ficcionar a verdadeira história de sobrevivência, ao longo de 500 anos, do manuscrito “Hagadá de Sarajevo” (1492). O manuscrito regista várias particularidades: é um texto que aborda a visão judaica do mundo, tendo sido por várias vezes salvo da destruição por guardadores judeus, muçulmanos e cristãos; é um livro de iluminuras repletas de representações humanas, imagens proibidas tanto por judeus como muçulmanos; é um livro feito de grande luxo — folhas de velino de pele de bezerro, ilustradas a folha de ouro e lápis-lazúli (ver vídeo de fac simile )— contudo não se conseguiu até hoje identificar quem o fez, desenhou ou encomendou; e por fim, escapou à expulsão dos judeus de Espanha em 1492, escaparia novamente à censura em Veneza no sécu...

Oppenheimer (2023)

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Texto salvo da conta Substack, que criei em julho 2023 e apaguei em dezembro 2023, através de um post incompleto no  Facebook . --- “Oppenheimer” (2023) não é o típico filme de Christopher Nolan, alguém habituado a transformar a realidade — espaço/tempo — por meio de todas as formas audiovisuais que o cinema permite. Tendo aceite o espartilho realista que a biografia de uma pessoa obriga, Nolan sentiu-se obrigado a seguir factos e cronologia. Diga-se que a vida de quem se fala, ligada às grandes abstrações da Física, nomeadamente as suas particularidades quânticas, teria permitido toda a abordagem nolaniana — por várias vezes vemos inserções de referências que poderiam ter servido Nolan, tais como T.S. Eliot, Picasso, ou o próprio Einstein — mas o tom do livro em que se baseou— “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer” (2005) de Martin Sherwin e Kai Bird —, não se coadunaria com experimentalismos narrativos.  Com isto, não estou a dizer que Nolan ...