Eugénia Grandet

“Eugénie Grandet” (1833) é a par com “Le Père Goriot” (1835) e “Illusions Perdues” (1843), uma das obras mais referenciadas da imensa produção de Balzac que forma um todo identificado como “La Comédie Humaine” com 91 livros. “Eugénie Grandet” forma um claro par com “Le Père Goriot” pelo tema que envolve o reconhecimento social baseado no dinheiro e como isso afeta ou cria disfunções no seio familiar. Não posso dizer que o tema me tinha dito muito, apesar de reconhecer a excelência do trabalho de Balzac no desenho dos comportamentos de cada personagem: o pai avarento e inflexível, a filha submissa e votada à infelicidade, e o sobrinho da alta parisiense a quem apenas interessa garantir o seu nível de boa vida.


Como nos seus restantes livros, temos muita descrição na contextualização introdutória, mas realizada, arranca por uma senda de conflitos e pequenos acontecimentos que tornam a leitura imparável. No final, não fica nenhuma grande lição para os dias de hoje. O livro é um produto do seu tempo (sec. XIX) e as suas morais a esse tempo se aplicam. Mas fica o trabalho psicológico, a densidade do xadrez emocional criado que é intemporal.

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