Cartas para o futuro
“Season: A Letter to the Future” (2023) apresenta um mundo-jogo recriado a partir da mistura entre o jogo “Journey” (2012) o universo visual de Hayao Miyazaki para nos oferecer um universo-história muito particular, um fim-do-mundo acolhedor! No mundo do jogo, a cada nova estação quase tudo termina, quase tudo muda, perdendo-se muita da cultura criada. Para contrariar essa perda o personagem principal recebe como missão da sua mãe ir pelo mundo e registar o máximo possível para as gerações vindouras. Para o efeito, leva consigo um caderno no qual pode registar fotografias, desenhos e sons, viajando por meio de uma bicicleta.
“Season” oferece-nos 8 horas de relaxamento, obrigando-nos a reduzir a velocidade do dia-a-dia, a parar para olhar e apreciar o que existe à nossa volta. Não temos objetivos concretos, cabe-nos passear, ver o máximo de coisas e registá-las. Todo o mundo audiovisual assim como o fluxo interativa funciona no sentido de apaziaguamento, próximo de Journey, mas ainda mais tranquilo sem grandes picos, praticamente ausente de situações de adrenalina.
Podemos sentir uma ligeira falta de ter tarefas para fazer, contudo a estranheza do universo serve para atrair a nossa atenção e despertar a curiosidade, mantendo-nos envolvidos. Acresce particularmente as histórias que vamos encontrando nos objetos, e em particular junto de pessoas que vamos conhecendo. Algumas dessas pessoas são particularmente apaixonantes, conseguindo ligar-nos mais ao mundo, em particular ao que está prestes a acontecer, obrigando-nos a refletir sobre o efeito da perda das coisas que prezamos e que asseguram a permanência das nossas memórias.
É uma viagem encantadora.
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