Silo, 2ª temporada
A segunda temporada de "Silo" chegou com muitas expectativas, após uma primeira temporada muito envolvente e distinta. Contudo, é inevitável afirmar que não foi alcançada a mesma envolvência narrativa. O fluxo ao longo da temporada tem poucos altos, e muitos baixos, houve uma clara perda de ritmo. Enquanto a primeira temporada se destacava pelo continuado desvelamento de factos novos sobre o Silo, nesta segunda temos demasiados pequenos incidentes, com pouca relevância, a encher o tempo e a oferecer muito pouco. O desenrolar do enredo teria resultado melhor com uma edição que cortasse pelo menos 3 episódios do meio. Toda essa extensão desnecessária compromete o impacto emocional e a tensão dramática que a primeira série tinha criado tão bem.
Ainda assim, a série encontra redenção em dois momentos-chave: o início e o final. A saída e a reentrada, no Silo, da protagonista são os pontos de maior força narrativa, deixando a impressão de que tudo o mais – os pequenos conflitos e desvios narrativos – é secundário. O potencial de exploração do agregados de silos foi negligenciado, revelando-se uma oportunidade perdida para aprofundar o universo da série e enriquecer o worldbuilding. Ainda assim, os aspectos visuais continuam a ser um dos trunfos de "Silos". Os cenários mantêm sua qualidade imersiva, mas o novo silo – com sua única diferença sendo a presença da água – carece de criatividade. A exploração do vault traz alguma novidade e suspense, mas é insuficiente para surpreender a nossa curiosidade. Com mais recursos narrativos dedicados ao aprofundamento do universo, a série poderia ter elevado seu impacto.
O elenco permanece consistente, com destaques para Rebecca Ferguson, Tim Robbins e Steve Zahn, cujas performances mantém engajantes mesmo as cenas mais fracas. São um lembrete constante do potencial dramático que a série possui, mesmo quando a narrativa falha.
*** Spoiler ***
Para fechar, o gancho final é brilhante. A revelação da existência de um grupo capaz de controlar os silos – e de eliminar suas populações, se necessário – é uma jogada narrativa que aterroriza e fascina em igual medida. Este desfecho não apenas recupera o fôlego da série, mas também estabelece uma base intrigante para a terceira temporada.
Em resumo, a segunda temporada de "Silos" entrega uma experiência visualmente impressionante e pontuada por momentos de excelência, mas é prejudicada por uma narrativa excessivamente dilatada e oportunidades perdidas de exploração do seu universo. Veremos como se comporta a 3ª temporada.
Stream: Apple TV
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