One Battle After Another (2025)
Há filmes que vivem do excesso, do risco. E há outros que vivem da sensação de risco, sem nunca se aproximrem dele. One Battle After Another é o segundo caso: um dispositivo de alta energia estética, muito barulho, muita pose, muita coreografia, e uma espantosa ausência de pensamento por baixo do verniz. Isto é um vazio profundo O filme é vendido como sátira política à América polarizada, mas o que encontramos é mais simples e muito mais pobre. Os grupos revolucionários que deveriam carregar uma experiência histórica, um legado de violência, de clandestinidade e de resistência real, aparecem retratados como crianças hiperativas a brincar aos códigos secretos. No extremo oposto, o “vilão” da extrema-direita é uma caricatura que não exige reflexão: basta uniforme, rigidez e frases ocas. No fim, ambos os lados são reduzidos à mesma idiotia simbólica. É o sonho da direita americana: antifa e supremacistas como palhaços equivalentes numa fantasia sem consequências. O mais perturbador...